23/03/2020Undime
Circulação restrita é impedimento para ideia do ministro; uso do programa de renda requer mudança na lei
(Foto: Zo Guimarães, FolhaPress)
O desafio de manter o fornecimento de merenda escolar a alunos pobres durante a crise de coronavírus causou novo atrito entre o ministro Abraham Weintraub (Educação) e secretários estaduais.
Parte dos estudantes depende da alimentação distribuída nos colégios. Para conter o avanço da Covid-19, todos os estados já suspenderam as aulas.
Em postagem em redes sociais, no sábado (21), Weintraub afirmou buscar uma solução para o problema com os secretários de Educação.
Segundo o ministro, a saída mais indicada é a distribuição de kits com merenda pelas escolas. A medida, porém, já foi descartada por dirigentes por causa da restrição de circulação nas cidades.
O Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) fechou consenso para que os recursos de merenda escolar sejam destinados para alunos beneficiários do Bolsa Família.
A deputada Professora Dorinha (DEM-TO) já redige um projeto de lei para permitir, de modo temporário, o uso do cadastro do programa social, após tratativas com a entidade.
(...)
As medidas relacionadas ao coronavírus têm sido discutidas em um comitê temático que envolve MEC, Consed, Undime (órgão que reúne secretários municipais de Educação) e outras entidades. Esse grupo também tem se debruçado sobre o calendário escolar.
Os conselhos de Educação de estados como São Paulo e Santa Catarina já editaram regras para substituir aulas presenciais por atividades a distância na educação básica.
Essas medidas vão no sentido de considerar 800 horas horas de atividades escolares obrigatórias, sem levar em conta a necessidade de cumprir os 200 dias letivos de aulas presenciais.
O desafio é garantir ensino e aprendizagem a todos os alunos, principalmente aos que não têm computador ou internet em casa. Alunos mais novos, de educação infantil e alfabetização, teriam ainda maior dificuldade.
A interlocutores Weintraub tem dito que 2020 será um ano atípico e atividades não presenciais serão aceitas para cumprir o ano letivo, em detrimento da obrigatoriedade dos 200 dias.
Avaliações federais, como o Enem, estão mantidas até agora.
O tema ainda está em aberto, mas a tendência entre os secretários é que não haja previsão de reposição de aulas e a educação a distância seja a solução.
O presidente da Undime, Luiz Miguel Garcia, diz que é necessário buscar mecanismos para garantir a o acesso à totalidade do alunos.
"Corremos o risco de aumentar ainda mais o fosso da desigualdade, com reflexos para os outros anos", afirmou.
Leia a matéria na íntegra aqui.
Fonte: Folha de S. Paulo
Circulação restrita é impedimento para ideia do ministro; uso do programa de renda requer mudança na lei (Foto: Zo Guimarães, FolhaPress) O desafio de manter o fornecimento de merenda escolar a alunos pobres durante a crise de coronavírus causou novo atrito entre o ministro Abraham Weintraub (Educação) e secretários estaduais. Parte dos estudantes depende da alimentação distribuída nos colégios. Para conter o avanço da Covid-19, todos os estados já suspenderam as aulas. Em postagem em redes sociais, no sábado (21), Weintraub afirmou buscar uma solução para o problema com os secretários de Educação. Segundo o ministro, a saída mais indicada é a distribuição de kits com merenda pelas escolas. A medida, porém, já foi descartada por dirigentes por causa da restrição de circulação nas cidades. O Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) fechou consenso para que os recursos de merenda escolar sejam destinados para alunos beneficiários do Bolsa Família. A deputada Professora Dorinha (DEM-TO) já redige um projeto de lei para permitir, de modo temporário, o uso do cadastro do programa social, após tratativas com a entidade. (...) As medidas relacionadas ao coronavírus têm sido discutidas em um comitê temático que envolve MEC, Consed, Undime (órgão que reúne secretários municipais de Educação) e outras entidades. Esse grupo também tem se debruçado sobre o calendário escolar. Os conselhos de Educação de estados como São Paulo e Santa Catarina já editaram regras para substituir aulas presenciais por atividades a distância na educação básica. Essas medidas vão no sentido de considerar 800 horas horas de atividades escolares obrigatórias, sem levar em conta a necessidade de cumprir os 200 dias letivos de aulas presenciais. O desafio é garantir ensino e aprendizagem a todos os alunos, principalmente aos que não têm computador ou internet em casa. Alunos mais novos, de educação infantil e alfabetização, teriam ainda maior dificuldade. A interlocutores Weintraub tem dito que 2020 será um ano atípico e atividades não presenciais serão aceitas para cumprir o ano letivo, em detrimento da obrigatoriedade dos 200 dias. Avaliações federais, como o Enem, estão mantidas até agora. O tema ainda está em aberto, mas a tendência entre os secretários é que não haja previsão de reposição de aulas e a educação a distância seja a solução. O presidente da Undime, Luiz Miguel Garcia, diz que é necessário buscar mecanismos para garantir a o acesso à totalidade do alunos. "Corremos o risco de aumentar ainda mais o fosso da desigualdade, com reflexos para os outros anos", afirmou. Leia a matéria na íntegra aqui. Fonte: Folha de S. Paulo https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/03/weintraub-defende-entregar-merenda-aos-pais-mas-estados-pedem-repasse-pelo-bolsa-familia.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=comptw