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13/09/2022Undime

Publicidade de bebidas e alimentos voltada ao público infantil é motivo de preocupação entre entidades

Em nota, Associação Brasileira que estuda obesidade e síndrome metabólica e outras 17 instituições esclarecem como a não exposição à publicidade de alimentos poderá diminuir a média de IMC nas crianças do Brasil e, consequentemente, reduzir prevalência alarmante de obesidade infantil

 Imagem de Vidmir Raic por Pixabay
 

Nas últimas três décadas, a prevalência da obesidade infantil mais que dobrou em crianças e triplicou em adolescentes. Estima-se que o número de crianças obesas no planeta chegue a 124 milhões. No Brasil, em 2019, uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, estava acima do peso, sendo 9% com obesidade e 5% com obesidade grave. As informações constam em nota da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) divulgada junto a outras 16 instituições.

O conjunto de instituições posiciona-se a favor da implementação de medidas regulatórias que proíbam anúncios comerciais de alimentos ultraprocessados voltados ao público infantil em todas as mídias.

De acordo com o texto, estudos encontram relações entre o maior tempo despendido em frente à TV e o aumento do risco de obesidade, sugerindo que a exposição à mídia condiciona preferencias e demandas de compra. "Crianças e adolescentes são expostos diariamente a mensagens comerciais que anunciam alimentos ultraprocessados, que geralmente são ricos em açúcar, sal e gordura, além de aditivos. A influência da mídia no consumo de alimentos ultraprocessados tem sido revelada a partir do aumento da ingestão de calorias, especialmente entre crianças com excesso de peso".

As crianças estão em desenvolvimento e até cerca dos 12 anos de idade não desenvolveram o pensamento crítico e, portanto, são vulneráveis a apelos comerciais. Nesse sentido, considerando que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados tem impacto negativo na saúde, favorecendo o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, particularmente de obesidade, doenças cardiovasculares e câncer, o documento alerta para a necessidade de proibição da publicidade de alimentos e bebidas voltadas ao público infantil.

Desde 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou um conjunto de recomendações sobre a publicidade de alimentos e bebidas não alcoólicas para crianças, orientadas aos seus Estados Membros para que regulem a publicidade e elaborem novas políticas sobre o marketing de alimentos, considerando as evidências cientificas do impacto negativo desse tipo de publicidade no comportamento alimentar e no peso corporal das crianças. Logo, a não exposição à publicidade de alimentos diminuiria a média de Índice de Massa Corporal (IMC) e a prevalência de obesidade.

Leia aqui o posicionamento completo.

Tributação das bebidas açucaradas também é pauta

De acordo com a última Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) de 2019, do Ministério da Saúde, mais de 60% da população adulta (96 milhões) está com excesso de peso e 25% com obesidade (40 milhões). Evidências apontam que o consumo exagerado de açúcar contribui para o cenário preocupante de obesidade. E, por sua vez, esse consumo é alavancado pelo hábito de tomar bebidas açucaradas.

Também por meio de posicionamento público as instituições defendem a adoção de uma tributação específica para essas bebidas, visando a redução do consumo, e ao mesmo tempo, aumentando a arrecadação de recursos para financiar programas de saúde pública, como a promoção de uma alimentação saudável.

Leia aqui o posicionamento completo.

 

E-book sobre obesidade e gordofobia

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) realizaram no início de 2022, a pesquisa “Obesidade e a Gordofobia - percepções 2022”.

O levantamento foi realizado por meio digital e ouviu mais de 3.621 pessoas, sendo 89% mulheres. Dentre os participantes, 75,4% com diagnóstico nutricional de obesidade (IMC médio: 36,9 ± 27,4 Kg/m2). As idades variaram entre 18 e 82 anos.

De acordo com o estudo, o levantamento chega ao cerne da questão: o cuidado dispensado a pessoas acima do peso precisa ser revisto. O relatório aponta que “os sistemas de saúde, tanto público quanto privado, precisam se atentar para o impacto que o acolhimento dessas pessoas pode ter no resultado do tratamento”. Com a pesquisa, procura-se abrir espaço para escuta e para entender como agir em busca de uma mudança que possa refletir em resultados concretos.

Baixe gratuitamente o estudo, conheça o e-book com os resultados da pesquisa e compartilhe!

Fonte: Undime


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